A inversão dos polos magnéticos da Terra: estamos em perigo?
A inversão dos polos magnéticos da Terra é um evento completamente natural, que já aconteceu outras vezes ao longo da história. Ela costuma ocorrer a cada 200 ou 300 mil anos, aproximadamente.
O desconcertante é que, ao que tudo indica, a última inversão ocorreu há 773 mil anos. Este número, porém, não coincide com os dados obtidos pelos especialistas.
A inversão completa ocorre quando o Polo Norte e o Polo Sul trocam suas posições. É uma descoberta relativamente recente, feita pelo geofísico francês Bernard Brunhes, que, em 1906, realizou um estudo sobre o magnetismo das pedras formadas por lavas.
O campo magnético é essencial para a sobrevivência dos seres humanos no planeta. Ele é gerado no núcleo do globo e expande-se para o espaço sideral, criando o que é conhecido como magnetosfera.
É uma camada localizada ao redor da Terra, que gera um escudo eletromagnético, muito importante para proteger o planeta das partículas do vento solar - carregadas de alta energia - que são nocivas aos seres vivos. A magnetosfera impede que estas partículas atravessem a atmosfera e as mantém afastadas da Terra, desviando-as.
Em certas ocasiões, as partículas do vento solar, quando são muito intensas, conseguem entrar na atmosfera terrestre pelos polos, formando um espetáculo de luzes coloridas, conhecido como aurora boreal (no Polo Norte) e aurora austral (no Polo Sul).
Um estudo realizado em 2016, pelo professor de geomagnetismo, Chris Finlay, da Universidade Técnica da Dinamarca, mostrou que o campo magnético da Terra está enfraquecendo. Isto pode gerar graves consequências, dada sua importante função protetora contra os raios cósmicos.
Além disso, parece que o campo magnético da Terra também está mudando de lugar. Conforme alertam os cientistas, o Polo Norte está se movendo do Canadá para a Rússia, a uma velocidade preocupante.
Em 1904, o polo magnético movia-se 15 quilômetros por ano. Esta velocidade manteve-se constante até 1989, quando acelerou pela primeira vez. Em 2007, houve outra aceleração, chegando a percorrer 55 quilômetros em um ano.
A expectativa é de que, no ano de 2040, o polo magnético deva ter cruzado o Oceano Ártico e estará localizado sobre a Sibéria. Este estudo foi realizado pelo cientista Larry Newitt, do Geological Survey, no Canadá.
Ainda não há dados conclusivos sobre os efeitos das reversões magnéticas ocorridas no passado. No entanto, está claro que a inversão dos polos e a redução do campo magnético podem nos tornar mais vulneráveis aos raios cósmicos, extremamente perigosos para os seres vivos.
A exposição aos raios cósmicos pode ser muito perigosa se não estivermos preparados e devidamente protegidos. Além disso, os raios também podem afetar o desempenho da tecnologia, ferramenta essencial para quase todas as atividades humanas.
Embora, para nós, possa parecer ficção científica, a inversão total dos polos é mais provável do que pensamos. Mas, afinal, quão longe está este futuro apocalíptico?
Por enquanto, podemos respirar tranquilos. Os cientistas dizem que levará pelo menos 20 mil anos para que ocorra uma reversão completa.
Atualmente, temos outros assuntos mais urgentes para nos preocupar. A mudança climática, por exemplo, representa, hoje, uma ameaça à nossa existência na Terra. Se conseguirmos resolver esta grave questão, podemos nos ocupar da inversão dos polos. Teremos tempo de sobra!