Os chocantes depoimentos de soldados russos na Ucrânia

Uma decisão difícil
Injustiça
Enganados
Muitos não sabiam o que faziam lá
A renúncia
Processo
Falsas promessas
Adeus
70% de demissões?
Comitê de Mães de Soldados Russos
Nas mãos de um superior
Quase 30 mil russos mortos na Ucrânia?
Priosioneiros na Ucrânia
Pensavam que iriam realizar manobras militares
Mobilização de reservistas
Fuga
Homens sem treinamento teriam sido recrutados
Mobilização concluída
Uma decisão difícil

Em que momento um soldado pode decidir dar as costas à sua pátria (ou à pessoa que lidera essa pátria e envia tropas para lutar contra uma nação irmã)?

Injustiça

Na Ucrânia, muitos deles têm plena convicção de que o que estão fazendo lá é injusto. Outros sentem que foram enviados para o matadouro.

Enganados

A CNN obteve o testemunho de um oficial (cujo nome não foi revelado) enviado à Crimeia. Ele e seus colegas de batalhão foram levados a uma guerra que pensavam que nunca aconteceria.

Muitos não sabiam o que faziam lá

O militar que prestou o seu testemunho à CNN garante que nem sequer foram instruídos sobre a "desnazificação" da Ucrânia: "Muitos não entenderam para que era tudo isso e o que estávamos fazendo lá".

A renúncia

O homem contou à CNN como, depois de ver a rejeição que a presença russa causou entre o povo da Ucrânia, decidiu pedir para sair.

Processo

A Rússia avisou-lhe que um processo criminal poderia ser aberto contra ele. O soldado não hesitou e, finalmente, foi liberado, mas nem em todos os casos é tão fácil.

"Essa não é a nossa guerra"

Dentro da densa fumaça causada pela propaganda de um lado ou de outro, a verdade é que um bom número de soldados russos teriam se recusaram a lutar na Ucrânia, há alguns meses. Um deles, também anônimo, disse à Reuters: "Esta não é a nossa guerra".

Falsas promessas

De acordo com o soldado com quem a Reuters conseguiu falar, o exército russo nem sequer cumpre suas promessas.

Adeus

“(Na Rússia) nos alinharam e nos disseram que todos receberiam diárias, extras para lutar e medalhas”, conta. Nada disso lhes foi dado e decidiram ir embora. "Éramos 14”, conta.

70% de demissões?

Pouco tempo depois do início da guerra, as autoridades ucranianas garantiram que as renúncias ocorriam diariamente em toda a hierarquia (soldados, oficiais, unidades básicas ou de elite) e que em alguns batalhões chegava a 70%.

Comitê de Mães de Soldados Russos

Valentina Menlikova, do Comitê de Mães de Soldados Russos, confirmou o movimento, embora o número exato não pôde ser confirmado.

Nas mãos de um superior

De acordo com o Comitê de Mães de Soldados, a renúncia devia ser apresentada a um superior, que era quem a autorizaria ou não, segundo sua boa vontade.

"As pessoas ao nosso redor estavam morrendo"

Há pouco triunfalismo nos depoimentos de pessoas que desistiram de lutar na Ucrânia. "Estávamos sujos e cansados. As pessoas ao nosso redor estavam morrendo. Eu não queria fazer parte disso", disse o soldado à CNN.

Quase 30 mil russos mortos na Ucrânia?

A Ucrânia calculou, na época, que 29.200 soldados russos haviam sido mortos nesta guerra, segundo a Deutsche Welle. Mas, sete meses depois, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, diz que este número chega à "apenas" 6 mil.

Priosioneiros na Ucrânia

No início dos combates, a Ucrânia divulgou vídeos de soldados russos capturados, que eram autorizados a falar com suas mães por telefone. Eles admitiram que estavam atirando em alvos civis. Aliás, essas gravações são contrárias à Convenção de Genebra: os prisioneiros não podem ser exibidos ou usados de nenhuma forma.

Pensavam que iriam realizar manobras militares

Outro vídeo viral mostra soldados dizendo que voltavam para casa com o sentimento de terem sido "enganados", já que foram informados de que iriam à Ucrânia apenas para realizar manobras militares.

Mobilização de reservistas

Em 21 de setembro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma "mobilização parcial" de reservistas militares na Rússia.

Fuga

Homens de todo o país tentaram fugir para evitar ir à guerra. Os voos esgotaram ou subiram a preços inatingíveis, e longos engarrafamentos se formaram na fronteira com a Finlândia.

Homens sem treinamento teriam sido recrutados

Russos de várias idades saíram às ruas para protestar contra a mobilização. Mais de duas mil pessoas foram presas. Houve denúncias de que inclusive homens com isenção médica ou falta de treinamento militar haviam sido recrutados.

Mobilização concluída

Sergei Shoigu disse que a mobilização parcial do exército russo foi concluída em 28 de outubro de 2022. No total, 300 mil homens foram convocados. Destes, 218.000 estariam em treinamento e 82 mil foram enviados para a zona de conflito.

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