Os tanques Abrams, fornecidos pelos Estados Unidos, falharam na Ucrânia?
Em setembro de 2023, a Ucrânia recebeu dos Estados Unidos 31 tanques Abrams M1A1, numa medida que mostrou a seriedade com que Washington estava a levar a guerra.
Kiev precisava dos veículos para defender seu território na ofensiva que iniciaria em meados de 2023.
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E Biden concordou: “Os tanques precisam ser capazes de combater a evolução das táticas e estratégias da Rússia no campo de batalha no curto prazo. Orecisam melhorar sua capacidade de manobra em terreno aberto”.
Segundo o Politico, Biden acrescentou que a Ucrânia precisava ser capaz de dispor de “uma capacidade duradoura para dissuadir e defender-se contra a agressão russa a longo prazo”. Entretanto, essa capacidade parece ter sido dificultada pela natureza da guerra moderna.
Tal como os tanques russos que correm o risco de serem destruídos por sistemas aéreos não tripulados e drones ucranianos, os M1A1 da Ucrânia também são ameaçados por drones russos.
A Associated Press informou que o uso de drones de vigilância e drones caçadores-assassinos pelas tropas russas tornou difícil para a Ucrânia proteger os seus tanques, pois os soldados podem, rapidamente, encontrá-los.
Até agora, cinco dos tanques Abrams M1A1 fornecidos a Kiev foram destruídos por ataques russos, de acordo com várias fontes.
Um alto funcionário da defesa sob condição de anonimato confirmou, antes de uma reunião de 26 de abril do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, que a expansão de drones no campo de batalha dificultou o uso do M1A1 da Ucrânia.
“Não há terreno aberto que você possa simplesmente atravessar sem medo de ser detectado”, observou o oficial de defesa.
Os tanques M1A1 foram afastados da linha de frente, até que Kiev e seus aliados possam redefinir as táticas das forças armadas do país, de acordo com o vice-presidente do Estado-Maior Conjunto, almirante Christopher Grady, e um oficial de defesa anônimo dos Estados Unidos.
“Quando você pensa sobre a forma como a luta evoluiu, a blindagem concentrada em um ambiente onde os sistemas aéreos não tripulados são onipresentes pode estar em risco”, explicou Grady à Associated Press, acrescentando que os tanques ainda eram importantes.
E continuou: “Trabalharemos com os nossos parceiros ucranianos, e outros parceiros no terreno, para ajudá-los a pensar sobre como poderão usar isso, neste tipo de ambiente mudado agora, onde tudo é visto imediatamente.”
A 47ª Brigada Mecanizada Separada das Forças Armadas da Ucrânia negou as alegações de que os tanques Abrams foram retirados do front, em uma mensagem no Telegram, traduzida pelo Ukrainska Pravda.
“Os tanques têm um bom desempenho no campo de batalha e, definitivamente, não vamos escondê-los do inimigo. Além disso, não vamos deixar nossa infantaria sem um apoio de fogo tão poderoso”, dizia a mensagem.
“No entanto, não comentaremos publicamente sobre a finalidade, localização e equipamento das Forças Armadas Ucranianas. Pedimos que confiem apenas em informações verificadas e entre em contato com a assessoria de imprensa para comentários oficiais antes de divulgar qualquer material”, acrescenta a mensagem.
Em setembro de 2023, o especialista militar Michael Peck disse à Newsweek que embora os veículos acrescentassem, “mais força” à contraofensiva da Ucrânia, só teriam sucesso em certas circunstâncias.
“Embora o Abrams seja uma adição valiosa para a Ucrânia, 31 deles não são suficientes para afetar significativamente a guerra”, foram suas palavras. O fato é que, até o momento, os Abrams de Kiev, realmente, não fizeram muito a diferença.
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