OTAN prepara-se para "todas as contingências" diante de ameaça russa
Os Estados Unidos e os seus aliados estão a preparar-se para a possibilidade de a Rússia expandir a sua guerra na Ucrânia para o território da OTAN.
Pelo menos é o que garante a embaixadora dos Estados Unidos na aliança militar, Julianne Smith. No dia 2 de abril, em uma entrevista coletiva virtual, ela disse que a Rússia era “a ameaça mais importante” para a OTAN, no momento.
Julianne Smith foi questionada sobre se o próximo alvo da Rússia poderia ser os Balcãs, caso o país derrote a Ucrânia. Sua resposta foi tranquilizadora.
“Levamos muito a sério as preocupações de segurança dos nossos amigos nos Estados Bálticos, e estamos a tomar medidas ativas para melhorar a nossa postura lá – mais exercícios, mais treino – para garantir que estamos prontos para todas as situações possíveis”, disse.
E continuou: “A OTAN não está parada, não está a esperar por qualquer contingência possível. Em vez disso, está se preparando para todas as contingências."
No entanto, ela fez questão de dizer que uma guerra na região não é iminente.
"Não quero dar aos nossos amigos nos Estados Bálticos a impressão de que, de alguma forma, a guerra está a chegar ao território da OTAN da noite para o dia”, foram suas palavras.
As declarações amenizam outras feitas por autoridades de países membros da OTAN, como, por exemplo o ministro de defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen.
Em fevereiro, ele disse, segundo a Reuters, que um ataque russo ao território da OTAN poderia ocorrer em breve: “Não se pode descartar isso dentro de um período de três a cinco anos”.
E continuou: “A Rússia testará o Artigo 5.º e a solidariedade da OTAN. Essa não foi a avaliação da OTAN em 2023, está a surgir agora”.
Já o ministro de Defesa alemão, Boris Pistorius, observou, em janeiro, que um ataque poderia acontecer nos próximos cinco a oito anos.
Um alerta semelhante foi feito em um relatório do Serviço de Inteligência Estrangeiro da Estônia, embora o prazo previsto para esta grande guerra foi de uma década.
“Na mentalidade do Kremlin, eles não estão apenas a combater os ucranianos, mas o caminho que escolheram envolve um confronto a longo prazo com todo o 'Ocidente coletivo'”, disse o Diretor-Geral do Serviço de Inteligência Estrangeiro, em fevereiro, de acordo com o Politico.
Em março, Vladimir Putin afirmou, segundo a Associated Press, que a ideia de que o seu país atacaria a aliança era “pura bobagem”. Mas o presidente russo alertou que as bases aéreas da aliança que hospedam bases ucranianas de F-16 poderiam ser um alvo.
No entanto, comentários recentes do secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, contam uma história diferente.
No dia 4 de abril, Peskov disse que as relações entre a Rússia e a OTAN “caíram para o nível de confronto direto”, segundo a Reuters. Acrescentou também que a OTAN já estava envolvida no conflito ucraniano e a expandir-se em direção à Rússia.