Bocharov Ruchey, a casa de campo de Putin que sumiu do mapa
Em 7 de outubro, o meio de comunicação independente russo, Proekt, alegou que uma parte da residência de verão de Putin, chamada Bocharov Ruchey, em Sochi, foi demolida.
O motivo seria a falta de uso de suas instalações. “[Putin] parou de voar para Sochi por medo de sua própria vida”, explica o Proekt, em um vídeo.
“O presidente teme ataques de drones. O local, agora, é um poço”, continuou Proekt, de acordo com uma tradução do Kyiv Post.
A Proekt mostrou uma imagem de satélite, de maio de 2023, de uma grande "dacha" (casa de campo ou de veraneio, em russo) com um telhado vermelho.
Crédito da foto: X @RussianPropX/X
A foto foi comparada com uma imagem de satélite de maio de 2024, na qual não se vê mais o edifício com telhado vermelho.
The Telegraph relatou que a casa "foi substituída por uma cicatriz de cor areia, que corre para o sul do local”, embora não tenha conseguido verificar a imagem de forma independente.
Segundo The Telegraph, nenhum outro edifício na área parece ter sido tocado. Na segunda imagem, a folhagem é muito mais densa do que na primeira, sugerindo que cresceu livremente, em um ano.
É importante observar que Proekt é um veículo anti-Putin administrado por jornalistas que vivem fora da Rússia e são especialistas em investigar o Kremlin.
O Bocharov Ruchey tem uma história longa e interessante. Foi construído em 1955 para servir como residência de verão aos líderes do Kremlin na União Soviética.
De acordo com a Newsweek, nos últimos anos, a dacha foi apelidada de "Palácio de Putin".
O amplo complexo vale cerca de US$ 1 bilhão, mas só atraiu grande atenção em 2021, após o lançamento de um video investigativo sobre ele pela Anti-Corruption Foundation, do falecido Alexei Navalny.
“Putin e o Kremlin negaram que o palácio pertencesse a ele”, observou a Newsweek. O fato é que o presidente recebeu vários líderes mundiais lá, desde que se tornou presidente.
O ex-presidente dos Estados Unidos George Bush, o presidente turco Tayyip Erdoğan, o primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron e o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko foram alguns deles, de acordo com o The Telegraph.
Putin também recebeu o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, em Bocharov Ruchey, em março de 2023.
De acordo com o The Telegraph, dados do Kremlin mostraram que Putin passava 37 dias por ano em Bocharov Ruchey, onde recebia seus convidados e comemorava seus “aniversários com sua amante secreta, a ginasta russa Alina Kabaeva, e seus dois filhos pequenos”.
“Putin voou pela última vez para Sochi há sete meses. Ele quebrou uma tradição de longa data de celebrar o aniversário de Alina, lá, em maio”, diz o vídeo do Proekt.
O mesmo veículo alegou que, durante a pandemia de covid-19, Putin isolou-se em Bocharov Ruchey, onde mandou construir uma cópia de seu escritório do Kremlin, para dar a impressão de que estava a trabalhar em Moscou, informou o The Telegraph.
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