Canadá se prepara para consequências do plano de deportação em massa de Trump
Durante sua campanha, Donald Trump mencionou a possiblidade de realizar deportações em massa, caso ganhasse as eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Quando assumir o cargo, Trump deve mobilizar todas as agências possíveis do governo dos EUA para ajudar a deportar um número recorde de imigrantes, de acordo com seis ex-funcionários de Trump e aliados, informou a Reuters.
Em uma entrevista à NBC News, após sua vitória contra Kamala Harris, Trump explicou que o país precisava "tornar a fronteira forte e poderosa". Quando perguntado sobre o custo disso, ele respondeu: "Não é uma questão de preço. Não temos escolha."
A iniciativa pode significar um enorme problema para o Canadá, onde as autoridades estão preocupadas com o aumento de pedidos de asilo em sua fronteira.
Em 7 de novembro, o primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou que planejava restabelecer o Comitê do Gabinete sobre Relações Canadá-EUA.
A vice-primeira-ministra Chrystia Freeland, que também é presidente do comitê reativado, disse, em entrevista coletiva, em 8 de novembro, que descobrir o que o plano de deportação de Trump significaria para o Canadá era uma das principais prioridades do comitê.
Freeland acrescentou que controlar a fronteira canadense era fundamental para a segurança do país.
“Os canadenses estão certos em se preocupar com isso”, ela explicou. Mas quão ruim é a situação que o país poderia enfrentar?
Jennifer Elrick, professora associada de sociologia na Universidade McGill, explicou à CBC News que os canadenses podem esperar um aumento tanto nos pedidos de asilo quanto nas travessias clandestinas.
O segundo mandato de Trump pode ter um "impacto profundo nas fronteiras do Canadá", disse Elrick.
A CBC News lembrou que, de fato, o Canadá viu um aumento acentuado de novas chegadas depois que Trump assumiu o cargo em 2017.
A Polícia Montada Real Canadense (RCMP) já vinha se preparando, há meses, para o que uma eventual vitória de Trump poderia provocar na fronteira do país com os Estados Unidos.
"Estamos prontos com diferentes tipos de cenários, seja apenas alguns indivíduos ou um fluxo massivo", explicou o sargento Charles Poirie, de acordo com a CBC News.
Já houve um aumento recente na travessia ilegal do Canadá para os EUA. Agora, Poirieele está preocupado que o inverso aconteça.
“Se as pessoas começarem a cruzar por todo o território como estão a fazer no sentido sul, isso será muito mais difícil”, disse o sargento Poirie.
"Vai ser uma mudança completa no jogo porque essas pessoas ainda terão que ser levadas para uma instalação central. Mas nossos oficiais, nós estaremos correndo pelo território para pegá-los", Sgt. Poirie disse.