Putin planeja implantar armas nucleares no espaço, diz inteligência dos EUA
A inteligência dos Estados Unidos alertou, há alguns meses, que a Rússia estava a desenvolver uma arma anti-satélite altamente poderosa no espaço. O receio é que ela tenha algum componente nuclear, segundo o The Conversation.
Os alarmes dispararam após as declarações de Michael Turner, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, nas quais ele falava de “uma séria ameaça à segurança nacional”.
Vladimir Putin negou rapidamente estas alegações, afirmando que era "totalmente contra a implantação de armas nucleares no espaço" e pedindo aos estados que revisassem os atuais tratados que proíbem armas nucleares.
A Rússia lançou, em maio, o Cosmos 2576 a partir de Plesetsk, no norte do país, “provavelmente uma arma anti-satélite”, segundo declarações de um diplomata norte-americano e do Pentágono, o que gerou novas acusações de que a Rússia está militarizando o espaço, segundo relatos da NPR.
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Alguns especialistas apontam que o Cosmos 2576 atingiu uma órbita que lhe permite espionar, monitorar e obter informações de um satélite dos EUA, levantando muitas questões sobre como um equipamento assim poderia ser usado como arma para atacar outros satélites na órbita baixa da Terra.
Os Estados Unidos alertaram Putin de que a implantação de tais sistemas no espaço v i o l a r i a o Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe armas de destruição em massa no espaço. O Kremlin rejeitou estes relatórios americanos como “fabricação maliciosa”, de acordo com o The Conversation.
Uma das razões para ter armas nucleares no espaço é o poder que um país teria quando se trata de desativar satélites inimigos. A maneira mais rápida de fazer isso é, sem dúvida, detonar um dispositivo nuclear próximo. Estas armas nucleares também poderiam neutralizar um asteroide em direção à Terra.
O diretor-geral da Integrasys, empresa de controle de espectro de satélites e geolocalização, disse à Infodefensa ter sido comunicado informalmente de que tanto os Estados Unidos como a China já possuem armas nucleares no espaço.
Durante a Guerra Fria, tanto os Estados Unidos como a União Soviética estudaram explosões nucleares no espaço. No final da década de 1960, os soviéticos testaram um míssil que poderia ser colocado em órbita baixa da Terra e transportar uma ogiva nuclear.
Foto: Unsplash/Jeremy Thomas
Uma explosão atômica na órbita baixa da Terra danificaria gravemente as telecomunicações, a navegação e os serviços meteorológicos, o que poderia ter inúmeras consequências, como a paralisação do mundo.
As ações de Putin contradizem as suas palavras. Embora negue as suas armas anti-satélite no espaço e apele à contenção de todos os países na corrida nuclear, a Rússia vetou, perante o Conselho de Segurança da ONU, em abril, uma proposta para reforçar a validade do atual tratado de não proliferação, que já dura 57 anos.