O ponto fraco da Rússia na Ucrânia que preocupa Putin
Recentemente, Vladimir Putin fez comentários reveladores durante uma reunião sobre o desenvolvimento da indústria de construção naval na Rússia e a sua relação com a segurança da defesa nacional do país.
Os Princípios Básicos da Política Naval do Estado, delineados já em 2023, devem ser alcançados até 2030, segundo o presidente russo.
O plano inclui o desenvolvimento de navios, aviação, componentes costeiros e infraestruturas em estações navais, bem como o reforço da posição da Marinha Russa em todo o mundo.
Moscou quer melhorar as capacidades de combate dos seus navios e tem feito progressos substanciais neste sentido, segundo o presidente russo.
A indústria de construção russa entregou 24 novos navios ao ministério da defesa do país, em 2022, e 33, em 2023.
Outras 40 entregas de navios e embarcações são esperadas até o final de 2024.
Apesar das entregas de navios, Putin advertiu que a nação precisava ser “extremamente ativa" ao lidar com as ameaças representadas pelas elites dominantes dos principais países do mundo.
Putin voltou-se então para o que pode ser o que ele e os seus conselheiros consideram como as principais ameaças e vulnerabilidades enfrentadas pela Marinha Russa em alto mar.
“A missão de melhorar as capacidades de combate da frota exige atenção especial à introdução de sistemas remotos de detecção de ameaças, incluindo UAVs”, explicou.
Putin também disse que é preciso prestar atenção não só à utilização de sistemas de defesa aérea, como também às capacidades de vigilância tanto acima da água como debaixo de água para “contrariar os sistemas autônomos marítimos do inimigo”.
“Devemos defender a nossa frota, as bases [navais] e os locais de operação da frota de possíveis ataques periféricos, ao mesmo tempo que desenvolvemos as capacidades de reconhecimento aéreo da frota e expandimos os nossos meios de reconhecimento electrónico e de guerra”, detalhou o presidente russo.
“Devemos também avaliar o estado e os requisitos da aviação naval e das forças e artilharia de mísseis costeiros”, continuou Putin, acrescentando que os navios de guerra precisavam de armas adicionais, incluindo “estações de metralhadoras ligeiras e automáticas e tripulações de drones”.
Crédito da foto: Wiki Commons por especialista em comunicação de massa de 3ª classe Sean Furey, domínio público
As declarações de Putin refletem a experiência de combate que a Marinha Russa tem tido na Ucrânia. A Rússia perdeu até 15 navios de guerra, de acordo com uma estimativa do Instituto Naval dos EUA.
Já a empresa de inteligência holandesa de código aberto, Oryx, publicou que a Rússia perdeu 26 navios em total, sendo 19 destruídos e 7 danificados, com base em evidências verificáveis de fontes de foto e vídeo.
Em maio de 2024, Harrison Kass, do National Interest’s, relatou que grande parte da Marinha Russa estava significativamente enfraquecida desde o início da invasão de Putin. Principalmente devido ao uso inovador de drones não tripulados e mísseis de longo alcance pela Ucrânia.
No dia 19 de maio de 2024, por exemplo, o Ministério de Defesa britânico informou que o caça-minas Tsiklon, ou Cyclone, da Frota russa do Mar Negro havia sido afundado, provavelmente por mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA, ao longo da costa da Crimeia.
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Crédito da foto: Wiki Commons por Mil.ru, CC BY 4.0