Rússia não precisa de uma segunda mobilização, garante Ministro de Defesa
Nenhum russo que esteja em sua casa, no momento, será obrigado a lutar na Ucrânia, já que o país conta, atualmente, com um grande número de voluntários inscritos para ir à guerra.
"Não há planos para uma mobilização adicional", explicou o ministro de defesa russo, Sergei Shougi, em uma declaração veiculada pela televisão estatal.
Shoigu explicou que as Forças Armadas Russas tinham o “número necessário de militares para conduzir a operação militar especial” na Ucrânia.
Em janeiro, o Ministro Shoigu anunciou os planos do Kremlin para aumentar o seu exército de 1,15 milhões de soldados para 1,5 milhões, de acordo com a Agência de Notícias Russa (TASS).
A razão da iniciativa seria porque, de acordo com a Reuters, o Kremlin espera que o conflito seja muito mais longo do que o inicialmente planejado.
O país começou a procurar formas de encorajar mais cidadãos a aderirem à guerra, divulgando mudanças em suas Forças Armadas.
Segundo a Reuters, Shoigu disse: “Somente fortalecendo os principais componentes estruturais das Forças Armadas é possível garantir a segurança militar do Estado e proteger novas entidades e instalações críticas da Federação Russa”.
“Desde o início do ano, mais de 335 mil pessoas ingressaram no serviço militar sob contrato e em formações voluntárias. Só em setembro, mais de 50 mil cidadãos assinaram contratos”, continuou o ministro.
De qualquer forma, é impossível saber se são reais ou não os números apresentados por Shoigu com relação à quantidade de voluntários que se inscreveram no serviço.
Se Shoigu diz a verdade, isso pode significar que o Ministério de Defesa fez progressos significativos no seu objetivo de contratar novos recrutas e também de absorver mercenários do Grupo Wagner.
O ministro da defesa da Rússia também explicou que 130 mil pessoas estavam sujeitas ao recrutamento anual do país. No entanto, acrescentou que, no momento, não seriam enviadas para lutar na Ucrânia.
Desde que as forças ucranianas recapturaram grandes extensões de terra nos Oblasts de Kharkiv e Kherson, há dúvidas sobre a capacidade da Rússia de defender suas linhas de frente.
Isto tem levado cada vez mais analistas a acreditarem que o Kremlin seria incapaz de lançar a sua própria grande ofensiva.
Em agosto, as forças russas fizeram um ataque em Luhansk, sem resultados significativos, de acordo com o chefe da administração militar da Ucrânia para a região de Kharkiv.
“O resultado da sua ofensiva foi um aumento da terra de ninguém”, explicou Oleh Syniehubov, segundo o Wall Street Journal, em 13 de setembro.
Syniehubov prosseguiu: "Os russos não conseguiram ocupar uma única aldeia nova aqui e continuam a sofrer pesadas perdas de pessoal e equipamento”. No entanto, a Rússia ainda conduz operações ofensivas.