Somos piores pessoas, depois da pandemia, diz estudo
As consequências da pandemia de covid-19 foram tão profundas que chegaram a alterar a personalidade das pessoas. Continue na galeria para entender por que isso acontece!
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Um estudo publicado na revista científica Plos One, aponta que, nos anos posteriores ao surgimento do coronavírus, 2021 e 2022, as pessoas ficaram mais fechadas socialmente, quando comparadas a um período anterior.
A pesquisa, liderada pela professora Angelina Sutin, da Escola de Medicina da Unversidade Estadual da Flórida, reuniu dados de mais de 7 mil pessoas, com idades entre 18 e 90 anos, nos EUA.
Seu propósito era examinar mudanças de personalidade no ano de 2020, quando a pandemia estava no seu auge, e mais tarde, em 2021-2022, durante a fase de desdobramento da covid-19, para poder comparar com os níveis pré-pandêmicos.
Observou-se que algumas pessoas infectadas por covi-19 apresentaram uma alteração comportamental significativa, assim como acontece com quem sofre de Alzheimer ou de uma lesão cerebral traumática.
Isto significa que, além do pulmão, o vírus também é capaz de afetar outros órgãos, como o cérebro. Neste caso, a mudança de personalidade ocorre justamente quando esta alteração cerebral persiste.
Para poder medir os traços de personalidade, foram coletados dados dos participantes, a partir de um modelo de cinco fatores: neuroticismo, extroversão, abertura, amabilidade e consciência.
De acordo com a neurociência, a personalidade de uma pessoa estrutura-se como resultado da interação dinâmica entre sua genética e as vivências com o ambiente.
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A não ser que ocorra algo excepcional, a tendência de uma pessoa saudável é manter sua personalidade ao longo da vida.
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Segundo a National Geographic, Ann McKee (foto), especialista em doenças neurodegenerativas e professora da Universidade de Boston, diz: "O cérebro é muito importante na definição de quem somos. É o nosso ego; é toda a nossa identidade."
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Segundo o estudo, foi observada maior mudança de personalidade em jovens adultos, com menos de 30 anos. Isto porque, nesta fase da vida, a personalidade é mais maleável e está em fase de consolidação.
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Além da maior vulnerabilidade do jovem, segundo a revista Época Negócios, Sutin, autora do artigo, explicou: “Embora o período tenha sido estressante para todos, ele interrompeu as tarefas normativas da idade adulta mais jovem, como estudos, transição para o mercado de trabalho, vida social e o desenvolvimento de relacionamentos”.
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Na primeira fase da pandemia, até o final de 2020, a personalidade dos participantes ficou relativamente estável, apenas com uma pequena diminuição nos níveis de neuroticismo.
Já em 2021 e 2022, os pesquisadores notaram uma diminuição significativa no que se refere à extroversão, amabilidade, abertura e consciência. Esta flutuação dos fatores de personalidade seria considerada normal para um período de dez anos. Mas, ocorrida em tão pouco tempo, chama a atenção dos neurocientistas.
Em geral, os resultados do estudo mostraram que, no decorrer da pandemia, as pessoas demonstraram estar mais propensas a vivenciar experiências negativas, adotar um caráter mais introvertido, estar menos confiantes e mais impulsivas.
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O jornal O Globo mencionou uma declaração da principal autora do estudo, Angelina Sutin: “A pandemia foi uma oportunidade sem precedentes para ver como um evento estressante coletivo pode afetar a personalidade”.
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Os pesquisadores continuarão a monitorar o grupo para ver se as mudanças de personalidade são temporárias ou duradouras.