Ucrânia adota tática controversa retirada do manual de Putin
A Ucrânia está a recorrer ao seu sistema prisional na tentativa de encontrar gente para lutar em suas linhas de frente contra a Rússia.
No dia 17 de maio, o presidente Volodymyr Zelensky aprovou um projeto de lei que prevê um caminho para a liberdade de quem foi, inclusive, condenado por homicídio e fraude, de acordo com o The Telegraph.
A Ucrânia faz uma série de esforços para reforçar as suas forças armadas e substituir as baixas que o país sofreu desde que Moscou invadiu seu território.
O New York Times informou que algumas destas medidas incluem a redução da idade de recrutamento de 27 para 25 anos, o reforço das patrulhas fronteiriças para capturar os que se esquivam ao recrutamento e a suspensão dos serviços consulares a jovens que vivem no estrangeiro.
Já segundo o The Telegraph, o legislador ucraniano David Arakhamia disse que, com o recrutamento de prisioneiros, o país ganharia cerca de 20 mil novos combatentes. No entanto, esta seria apenas uma fração das necessidades de Kiev.
A decisão da Ucrânia de recrutar prisioneiros pode ter sido tomada devido à escassez de mão-de-obra que o país enfrenta.
Entretanto, isso não significa que Kiev não está a impor condições sobre que tipos de criminosos seriam autorizados a lutar.
A deputada ucraniana Olena Shuliak observou que assassinos em série, traficantes de drogas e aqueles que eram culpados de violência s e x u a l, bem como de corrupção ou crimes de segurança nacional seriam inelegíveis para ingressar nas forças armadas.
“Este não é o caso da Rússia, que mobilizou todos os tipos de prisioneiros durante seis meses de serviço em troca de sua liberdade", diz um artigo da Newsweek, assinado por Aliss Higham.
Olena Shuliak garantiu que a nova lei provavelmente “causaria uma reação violenta da sociedade”, mas acrescentou que foi elaborada não apenas pelas forças armadas, mas também em cooperação com os ministérios da Justiça e da Defesa da Ucrânia.
“Só é possível resistir às condições de uma guerra total contra um inimigo com mais recursos consolidando todas as nossas forças", disse.
E continuou: "Esta lei trata da nossa luta e preservação do Estado ucraniano”. Mas o que os prisioneiros recrutados receberão em troca?
Se um prisioneiro decidir ingressar nas forças armadas, ele poderá obter liberdade condicional pelos tribunais locais, de acordo com o Politico.
Os prisioneiros seriam classificados como mobilizados, o que significa que não poderiam abandonar o serviço militar até que a Ucrânia anunciasse a desmobilização. Os condenados também seriam mandados de volta para a prisão se cometessem outro crime, informou o Politico.
Até 21 de maio, pelo menos 3.000 prisioneiros solicitaram liberdade condicional para que pudessem ingressar nas Forças Armadas Ucranianas, de acordo com o Kyiv Independent, que citou um número divulgado pela vice-ministra da Justiça, Olena Vysotska, na televisão nacional.
O Vice-Ministro da Justiça também revelou que o número de 20.000 que a Ucrânia esperava recrutar entre a sua população prisional era um potencial teórico”. Algo entre 4.000 a 5.000 recrutas é uma possibilidade mais realista, acrescentou.
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