Ucrânia ajudou 17 mil soldados russos a desertarem
O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que mais de 300 mil soldados russos foram mortos, desde o início da guerra no país.
Diante desta informação, houve relatos de baixa moral entre os soldados russos sobreviventes.
Assim, alguns soldados de Moscou abandonaram a guerra, com a ajuda da Ucrânia.
Pelo menos 17.000 soldados russos foram retirados dos combates, de acordo com o Chefe do Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA, Tenente General Jonathan Braga.
Crédito da foto: Wiki Commons do Exército dos EUA
“As mensagens desempenharam um papel importante no sentido tático e operacional”, explicou o General Braga, na conferência anual da Associação do Exército dos EUA, realizada no início de outubro, de acordo com o Business Insider.
Crédito da foto: Wiki Commons do Exército dos EUA
“Apoiamos os nossos parceiros ucranianos que fizeram com que 17 mil russos desertassem… São 17 mil soldados que não tiveram de explodir ou destruir no campo de batalha”, continuou Braga.
Braga disse ainda que a perda de tantos soldados ajudou a enfraquecer o “mecanismo defensivo” das forças russas. Mas como Kiev passou a dominar a guerra de informação?
Um artigo assinado por Stavros Atlamazoglou, no Business Insider, atribui o sucesso da Ucrânia aos avanços na tecnologia e ao uso generalizado das redes sociais pelo país. Isso permitiu a Kiev alcançar audiências globais e promover as suas mensagens, minando seus inimigos.
Captura de tela do Twitter @DefenceU
“Desgastar a vontade e a moral de soldados individuais para que aconteça o mesmo com a capacidade global da unidade é uma atividade militar tradicional para impor dúvidas nas mentes do adversário”, explicou Braga.
O conflito assistiu a vários momentos em que as mensagens da Ucrânia procuraram mostrar as fraquezas das forças russas que lutam no país.
Para isso, a Ucrânia usou, por exemplo, vídeos de meios de comunicação estatais que mostram a destruição de tanques russos. Mas a estratégia não acaba por aí: Kiev proporciona aos seus inimigos uma oportunidade de escapar.
O Presidente Volodymyr Zelensky chegou a fazer apelos públicos aos soldados russos para que fugissem.
Zelensky prometeu tratar os desertores de “maneira civilizada”, depois que Putin assinou uma lei que dobrou a punição para deserção ou desobediência a ordens, informou a BBC News. "É melhor render-se ao cativeiro ucraniano do que ser morto pelos ataques das nossas armas", disse o presidente.
De fato, a Ucrânia criou uma linha direta especial, destinada a ajudar os soldados russos que quisessem se render. O país registrou um grande aumento na atividade, após uma das campanhas de informação bem-sucedidas do país, de acordo com o The Kyiv Independent.
Imagens de um piloto russo que entregou seu helicóptero à Ucrânia por uma recompensa total de US$ 500 mil dólares fizeram com que o tráfego na linha direta de rendição de Kiev aumentasse em até 70%, no mês em que a campanha foi lançada.
Tais táticas foram repetidas várias vezes, ao longo do conflito.