Venezuela pede prisão de Milei e tensão com a Argentina aumenta
A briga entre Milei e Maduro intensificou-se nos últimos dias. O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, anunciou que o Ministério Público emitirá mandados de prisão contra o presidente da Argentina, Javier Milei, e duas de suas funcionárias, informa a BBC.
As outras duas autoridades são a secretária-geral da Presidência e irmã do presidente argentino, Karina Milei, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
Os mandados de prisão ocorrem depois que a Argentina deteve e entregou um avião cargueiro venezuelano aos Estados Unidos.
Eles serão emitidos para os crimes de roubo qualificado, lavagem de dinheiro, privação ilícita de liberdade, simulação de ato punível, interferência ilícita, inutilização de aeronave e conspiração para cometer crime, segundo a BBC.
Segundo o jornal venezuelano El Nacional, o procurador-geral Saab informou que o avião foi usado para trabalhos humanitários e chamou Milei de fascista e neonazista: “Ele envia seus cães de caça para ofender as instituições venezuelanas”.
O avião, um Boeing da empresa venezuelana Emtrasur que antes pertencia à empresa iraniana Mahan Air, pousou na Argentina em junho de 2022. Naquela época, sua tripulação de 5 iranianos e 14 venezuelanos foi detida e, posteriormente, libertada por falta de provas em um suposto crime de financiamento de atividades terroristas, informa El Nacional.
Em fevereiro de 2024, o governo argentino enviou a aeronave da Boeing para os Estados Unidos, que a reivindicou por ter sido transferida a um terceiro pela Mahan Air, empresa sancionada por Washington. A ação viola as leis de controle de exportação dos EUA.
Mas as condenações não partem apenas do lado venezuelano. Na terça-feira, Patricia Bullrich participou na audiência em que procuradores solicitaram um mandado de detenção internacional contra Nicolás Maduro, depois de uma denúncia por crimes contra a humanidade apresentada pelo Fórum Argentino para a Defesa da Democracia, noticia o jornal argentino Clarín.
“Algum dia Maduro e todos os membros da sua criminosa narcoditadura vão pagar pela tragédia que causaram ao querido povo venezuelano. Algum dia os ‘defensores dos direitos humanos’ aqui terão que assumir o comando”, disse a Ministra da Segurança.
Tudo isto aumenta as tensões crescentes desde as eleições venezuelanas de 28 de julho. Desde então, a embaixada argentina em Caracas concedeu refúgio a seis opositores de Maduro e o governo venezuelano expulsou uma dezena de diplomatas argentinos. Aparentemente, a luta entre os países sul-americanos está longe de terminar.
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